Conta a história que três operários trabalhavam em uma obra enquanto eram observados por um homem pensativo. Um trabalhava muito mal; outro, de forma correta; o terceiro, por sua vez, realizava seu trabalho com muito mais força e dedicação que os demais. Sem se conter, o observador se aproximou:
-Boa tarde. O que o senhor faz?
-Eu? – disse o pedreiro – Trabalho de sol a sol, num serviço muito cansativo. Não vejo a hora de terminar.
Depois foi até o segundo operário e fez a mesma pergunta:
-Boa tarde. O que o senhor faz?
-Estou aqui para ganhar dinheiro a fim de custear a minha família.
Finalmente, o homem se dirigiu ao terceiro trabalhador:
-Boa tarde. O que o senhor faz?
O pedreiro levantou a cabeça e, com um olhar cheio de orgulho, respondeu:
-Estou construindo a Catedral de Londres!
Em 30 anos de De Um Tudo presenciei esse caso repetidas vezes, com diversas formas e personagens. São tantas histórias que já se passaram pela minha sala, que posso afirmar que ela é mais dos funcionários do que minha. Nesse longo tempo de conselhos, puxões de orelhas e conversas sinceras, uma coisa nunca mudou: os melhores sorrisos vieram de quem percebeu o infinito poder que guardava em si mesmo.
O mesmo dinheiro que se gasta com futilidades serve para construir um lar para a família. O mesmo livro que enfeita a estante pode servir para transformar a vida de uma criança. Os mesmos 5 minutos que se gasta usando o celular pode servir para dar um abraço apertado na família. Nosso dia a dia é um oceano de oportunidades, esperando por quem se propõe a fazer diferente.
O terceiro pedreiro não era mais especial, nem mais inteligente e nem melhor que os demais. Ele simplesmente descobriu algo valioso: quem tem uma razão de viver é capaz de suportar qualquer coisa. E talvez Coelho Neto precise disso, menos promessas e mais propósitos.
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