- - Venezuelano protesta contra Nicolás Maduro com cartaz: "estudar com fome não dá resultado"
Somos todos profissionais ou tentando nos tornar profissionais, e não sabemos o que vamos comer amanhã.
Recentemente, eu estava conversando com alguns vizinhos no corredor do edifício onde moramos, um dos predinhos turquesa de um complexo misto residencial e comercial nesta cidade da região nordeste da Venezuela, supostamente um modelo de urbanização.
Decidimos fazer chá juntando recursos de nossos quatro apartamentos. Não conseguimos arrumar açúcar o suficiente. Alguém tinha abacaxi congelado e cascas de maracujá, outro alguém ferveu a água.
Todos trouxeram suas próprias xícaras, cada uma com uma estampa diferente. A minha, com o desenho de uma vaca, era a mais feia. Sentamos no chão do corredor do lado e fora, à sombra de uma grande mangueira.
A infusão ficou surpreendentemente saborosa, considerando os ingredientes. Um dos caras disse: "É, e ajuda um pouco a matar a fome." Esse é o Manuel. Ele é estudante de direito e o mais novo do grupo. Ele um dia foi musculoso.
Meu irmão, um advogado que um dia já teve pescoço grosso, assentiu com a cabeça. "Não temos nem mesmo as mangas para complementar o jantar", ele disse. Olhei para a árvore. Nós moramos no terceiro andar, então sempre conseguimos pegar os frutos mais altos com relativa facilidade. Quando estão na época, geralmente sobram. Este ano, a árvore já está pelada.
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